Notícia

Governo impõe sigilo a cachê de artista amigo de Bolsonaro

O governo federal impôs sigilo sobre o valor de cachê pago pela Caixa Econômica Federal ao locutor de rodeios Andraus Araújo de Lima, o Cuiabano Lima. Amigo de Jair Bolsonaro, o artista protagoniza a campanha do auxílio emergencial desde maio deste ano. A informação foi revelada pelo Brasil de Fato a partir de matéria do Congresso em Foco, que mostrou que em 2020, Cuiabano recebeu R$ 36 mil para estrelar outra campanha da Caixa, a da Mega Sena da Virada.

De acordo com resposta do banco enviada ao Brasil de Fato via Lei de Acesso à Informação (LAI), “o contrato de direito de uso de imagem prevê o caráter sigiloso do valor do cachê”. O banco explicou ainda que a decisão é respaldada “juridicamente em virtude do interesse estratégico relacionado à campanha publicitária realizada”. Segundo o site, o valor do cachê deixará de ser sigiloso 90 dias após a contratação do artista, mas a Caixa não informa a data do acordo.

O Congresso em Foco buscou o banco, mas ainda não teve retorno.

Fabiano Angélico, consultor da Transparência Internacional e pesquisador da FGV-SP, não vê razão para o sigilo. “O contrato público, a não ser que tenha alguma informação que possa colocar em risco uma pessoa ou grupo, tem de ser inteiramente público, na íntegra, inclusive com seus anexos”, diz.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo